Documento da UGT apresenta propostas para um Brasil Melhor
Uma agenda democrática de desenvolvimento sustentável com a valorização do trabalho e da produção. Assim é o documento “O Brasil que nós queremos” através do qual a UGT apresenta sua contribuição para a construção de um plataforma mínima de governo que a
A
União Geral dos Trabalhadores (UGT) apresentou nesta quarta-feira, dia 14, o documento
“O Brasil que nós queremos”, em plenária realizada no Novotel Jaraguá (SP), com o objetivo de participar aos três presidenciáveis convidados - Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) - propostas para um Brasil melhor.
O encontro reuniu em torno de 450 pessoas de todo o país e contou com a presença do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B), representando Dilma Rousseff, e os candidatos José Serra e Marina Silva, que viram no documento não apenas uma agenda com propostas sindicais, mas um programa de governo para a sociedade.
Com a simpatia conquistada dos presidenciáveis ao mostrar não só a união da classe trabalhadora, mas ao não tomar posição por um candidato, como fizeram outras centrais sindicais, a UGT demonstrou seu amadurecimento nas temáticas de meio ambiente, tecnologia, inovação, educação, políticas públicas e reformas, fundamentais para um plano de governo.
Ricardo Patah, presidente da UGT, disse que a preocupação maior no documento está centrada na Educação, pois dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram a ausência de planos para a área em 44% das cidades brasileiras, ou quase a metade dos municípios.
Uma realidade alarmante
Ao falar em nome da candidata petista, Aldo Rebelo disse que Dilma ainda marcará um encontro com os companheiros da UGT. Ele ressaltou o carinho da presidenciável pela luta dos trabalhadores e destacou o compromisso do partido com a trajetória sindical.
“O documento nasce das convicções e direitos legítimos dos trabalhadores”, destacou o deputado.
A candidata verde Marina Silva, que se mostrou honrada com o convite,
falou da sua trajetória na luta sindical rural e urbana e se disse
“feliz pelo fato de o documento não focar apenas no sindicalismo, mas em questões abrangentes para que o estado possa se alinhar ao seu tempo”.
Favorável a um Estado mobilizador que una o melhor das instituições governamentais com o melhor da sociedade, Marina enxerga nesse modelo uma forma de o
“estado assumir um caráter profissionalizado, com eficácia em suas políticas”.
Marina enfatizou a necessidade da humanização na condução dos projetos, sem se apegar ao cumprimento de promessas. Daí a postura do partido em não procurar alianças partidárias, mas com núcleos vivos da sociedade,
“que vai ajudar a qualificar a política brasileira”, explicou.
Consciente de que fazer reformas não é uma tarefa fácil, ela defendeu a convocação de uma Constituinte. E manifestou especial preocupação com a educação, saúde e aposentadoria. Mas se disse convicta de que neste momento não há como acabar com o Fator Previdenciário. Por outro lado, afirmou que a redução da jornada
“é um direito dos trabalhadores”.
O candidato tucano José Serra, acompanhado do candidato a governo do Estado Geraldo Alckmin (PSDB), do candidato a vice-governador Guilherme Afif Domingos (DEM) e Roberto Freire (PPS), disse que o documento da UGT parece bastante avançado já numa rápida avaliação. E também enfatizou o foco não apenas no trabalhador, mas na sociedade como um todo.
Ele iniciou seu discurso manifestando a preocupação com a
“desnacionalização da economia brasileira”, com a desindustrialização decorrente da ausência de uma política industrial.
“O país está voltando à economia exportadora de produtos primários”. Para ele, toda a discussão em torno do futuro da economia deve levar em conta temas como juros altos e câmbio, destacando o fato de a UGT abordar essas questões com liberdade.
Para o tucano, com desenvolvimento, permite-se a geração de empregos de qualidade. E a educação está no cerne da questão:
“Falta de qualidade no preparo dos professores e no material oferecido aos alunos”. Segundo ele, é necessário traçar metas, massificar programas de qualificação, para que façam parte da política nacional. Como exemplo, citou o programa de qualificação de agentes de saúde que desenvolveu quando era ministro da Saúde.
Fuente:
Mariana Veltri, da Redação da UGT